A prefeitura Municipal de Várzea Grande, por meio da secretaria de Saúde aderiu à campanha nacional “Setembro Amarelo” que visa à conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio. A Saúde Pública vem promovendo eventos e capacitações que abrem espaços para debates sobre suicídio e doenças mentais, além de divulgar o tema e alertar a população sobre a importância de sua discussão.

A prefeita Lucimar Sacre de Campos recebeu na manhã de hoje (21) o presidente da Associação Matogrossense de Psiquiatria, Carlos Renato Periotto, para tratar sobre ações de implementação das Políticas Públicas em Saúde Mental na Rede de Serviços do Sistema Único de Saúde Municipal e parcerias.

“Hoje em dia, o suicídio é um problema de saúde pública e deve ser tratado na Rede Pública. Desde abril deste ano, a Saúde vem desenvolvendo ações e palestras com os consultores da Fiocruz e do Ministério da Saúde com o tema suicídio e depressão. Várzea Grande atende o paciente dentro da Rede de Serviços, ou seja, integra ações de atendimento nas unidades de saúde, Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Centros de Referência em Assistência Social (Cras) além do envolvimento de  enfermeiros, guardas municipais, assistentes sociais e agentes de saúde em geral. O Consultório de Rua é outra importante ferramenta de gestão adotada para atendimento a esse usuário do SUS”, explicou a prefeita sobre o funcionamento da Rede de Serviços do município no atendimento psicossocial.

Carlos  Renato Periotto, disse que o ‘Setembro Amarelo' conta com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina(CFM), da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), e que a visita à Várzea Grande tem a finalidade de ampliar a divulgação da campanha, visto que o município avança em suas Políticas Públicas de Saúde Mental e alertou sobre dados estatísticos considerados altos no Brasil, além de estabelecer parceria junto as ações do município no que se refere ao assunto.

“É importante estabelecer parceria com Várzea Grande e somar conosco nesta luta. A Associação de Psiquiatria quer com esta campanha integrar ações com os municípios e fazer parte das discussões, além de propor políticas públicas para este segmento. O que queremos é somar. Segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria, ocorrem entre 8 mil a 10 mil suicídios por ano no Brasil. Para cada suicídio consumado, há 17 tentativas fracassadas, o que representa 170 mil pessoas no país pensando e tentando acabar com a própria vida. A maioria dessas tragédias poderiam ser evitadas. 90% das pessoas que se suicidaram tinham algum distúrbio mental, como por exemplo, a depressão que poderia ter sido tratada, daí a importância do fortalecimento da Rede de Atendimento”, informou.

O secretário municipal de Saúde de Várzea Grande, Diógenes Marcondes fez uma pequena explanação de como funciona a Rede de Serviços no tratamento de pessoas com algum tipo de transtorno mental, explicando que compõem a rede do município o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, que hoje funciona com atendimento ampliado até as 21h, o Centro de Atenção Psicossocial Infantil, o Centro de Atenção Psicossocial de Transtorno Mental, além do consultório de Rua.

“Para este ano ainda vamos implementar ação de  atendimento  com a instalação de uma Unidade de Acolhimento e Internação. Esta unidade vai funcionar para o atendimento as pessoas em surto. Vão permanecer internadas por 72 horas. Temos o envolvimento também da Guarda Municipal com as ações do programa ‘Crack é Possível Vencer’. Todas as unidades e os projetos envolvidos neste tipo de atendimento a esta parcela da população, fortalece e previne mortes por suicídio”, explicou o secretário.

Várzea Grande é um dos 51 municípios brasileiros que executam o “projeto Redes” e o único na região Centro-Oeste do Brasil que coloca em prática os cursos de capacitação oferecidos pela Fiocruz aos professores e agentes de saúde e de segurança. “A  atuação do comitê gestor do 'Programa Redes’ coloca  em prática o aprendizado da capacitação. Com isso temos resultados no enfrentamento preventivo contra as drogas, suicídio e outros temas que devem ser tratados como questão de saúde pública. Por isso temos que valorizar os pedidos de socorro e ser sensível a eles, o que exige treinamento das equipes profissionais em lidar com situações específicas. As capacitações fortalecem as nossas ações ”, explica Diógenes.

Dados: Várzea Grande registrou no ano de 2016- 09 casos de suicídio.  Este ano até o mês de agosto já foram registrados 15 casos.