O secretário municipal de Saúde de Várzea Grande, Dauod M. K. Jaber Abdallah, concedeu entrevista hoje (28-10) à imprensa para reafirmar a posição da Prefeitura de Várzea Grande em garantir o atendimento à população, motivo pelo qual foi firmado contrato com empresa especializada na prestação de serviços médicos. Na oportunidade, Daoud confirmou a existência de esquema de rodízio praticado por uma minoria dessa categoria profissional no Pronto-Socorro de VG, fato que chegou ao seu conhecimento por meio de denúncias de usuários do SUS. Na sequência, instaurou-se inquérito administrativo disciplinar pela diretoria da unidade, processo que será encaminhado o CRM - Conselho Regional de Medicina, garantiu.
 
"Após a apuração das irregularidades no Pronto-Socorro, fizemos o 'destrato' (exoneração) no dia 20-10. Dos 14 médicos constantes na lista de demitidos, nem todos praticavam rodízio, ou seja: descumpriam a carga horária normal (12 horas) do plantão. Alguns pediram demissão espontânea, é importante frisar isso.  A contratação da empresa Guarajá Serviços Médicos Ltda, outra medida tomada, foi oficializada justamente para preencher os pontos vazios no PS (postos sem médicos), não perseguir ninguém, como disseram".
 
Ele disse que a Prefeitura tentou preencher as vagas existentes no PS ao convocar os concursados em abril último, iniciativa que não logrou atingir suas metas. Foi ainda publicada uma série de anúncios na mídia anunciando a disponibilidade de contratação de médicos em Várzea Grande, outra empreitada que não correspondeu ao objetivo da Municipalidade, recordou Daoud. "Então, diante desse impasse, resolvemos partir para o processo licitatório, com a finalidade de contratação de empresa de serviços médicos. A mesma que presta serviços à UPA do Morada do Ouro (Cuiabá) e ao SAMU ".
 
Daoud rebateu assim que não se trata de terceirização da Saúde, como alguns dos médicos demitidos (reintegrados graças à liminar expedida na última sexta-feira, 24-10) têm afirmado. "A população merece ser assistida condignamente com serviços de Saúde, não ficar à mercê da boa-vontade de determinados profissionais da Medicina. Mesmo aqueles que cumprem esse rodízio irregular de quatro horas ainda têm determinado quem vai ser atendido, usuários com faixas amarela e vermelha, também comprovamos. E o restante dos pacientes, como fica?", questionou.
 
Segundo o secretário, a Saúde de VG passa pelos mesmos problemas e pressões contínuas de outras unidades do território nacional, a exemplo da falta de médicos, medicamentos, insumos, etc, com o diferencial que quer resolver suas deficiências e tem avançado bastante, a despeito da limitação de recursos locais e reduzido auxílio financeiro das alas estadual e federal.
 
"O importante é que a gestão Walace Guimarães é empreendedora, já está em processo de reforma geral do Pronto-Socorro local, início previsto para os próximos 30 dias. Antes disso, temos trabalhado na recomposição da parte elétrica do PS, sucateada ao extremo, telhado e equipamentos, primeiro passo para trabalhar a parte inferior e proporcionar maior conforto e qualidade de serviços aos usuários".