Profissionais de educação de Várzea Grande, entre eles coordenadores, orientadores pedagógicos e professores, se reuniram na última quinzena do mês de maio com os membros do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT). A pauta do encontro foi sobre a execução do projeto MPT na Escola em 2015.

 

Segundo a superintendente Educacional, Profª. Gonçalina Leite Rondon, da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Várzea Grande a ação servirá de apoio para sensibilizar os educadores sobre como mobilizar a comunidade escolar no combater ao  trabalho infantil. “Entendemos que toda criança tem o direto à educação, segurança, alimentação e esporte. A criança deve ser respeitada e seus direitos reguardados”, destaca Gonçalina.

 

O encontro contou com a presença do procurador do Trabalho Antônio de Oliveira Lima, do MPT do Ceará, coordenador do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca).

 

Por meio de palestras, exibição de vídeos, dinâmicas, debates e entrega de materiais pedagógicos, os profissionais da educação receberam informações para se tornarem  multiplicadores, contribuindo para o fortalecimento da rede de proteção à criança e ao adolescente e chamando atenção de toda a sociedade para os prejuízos físicos, mentais e sociais causados pelo trabalho infantil. 

 

Participaram desta ação as cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Jangada, Diamantino, Chapada dos Guimarães, Rosário Oeste, Santo Antônio de Leverger, Santa Rita do Trivelato, Arenápolis, Barra do Bugres, Brasnorte, Barão de Melgaço e Nova Mutum, além de algumas escolas da rede estadual de ensino. A metodologia consiste na inclusão de temas relativos aos direitos e deveres da criança e do adolescente na proposta pedagógica e no currículo do ensino fundamental das escolas. 

 

A procuradora do Trabalho Amanda Fernandes Ferreira Broecker, titular regional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância) do MPT, explicou  que o Projeto MPT na Escola se desenvolve a partir da parceria com as Secretarias Municipais de Educação. 

 

"A ideia é promover a conscientização e romper com as barreiras culturais que perpetuam a chaga do trabalho infantil. É necessária a desmistificação de práticas aceitas na sociedade, por isso, houve abordagem sobre os mitos do trabalho infantil, dentre eles de que é 'melhor trabalhar do que roubar'. A criança não tem que escolher entre algo ruim, como trabalhar, e outro péssimo, como a criminalidade. Não! Devem ser proporcionadas alternativas boas de educação e o desenvolvimento pleno das capacidades das crianças e dos adolescentes". 

 

O Projeto MPT na Escola foi criado no Estado do Ceará, em 2008, e logo despertou o interesse de outros estados. O procurador Antônio de Oliveira Lima, falou da experiência enriquecedora que é poder ver de perto a realidade de cada lugar, a partir da ótica de quem se empenha tanto para educar. Atualmente, o MPT na Escola é desenvolvido em 359 municípios do país.

 

"Os educadores são os profissionais mais proficientes para identificação de casos de trabalho, pois convivem com mais de 90% das crianças e adolescentes que trabalham. A evasão e o baixo rendimento escolar são os principais prejuízos do trabalho precoce para a educação. Assim, uma vez sensibilizados, os profissionais da educação podem acionar a rede de proteção para enfrentamento dos casos de trabalho infantil identificados no território da escola", concluiu. 

 

A secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Várzea Grande, Zilda Pereira Leite, destacou que os profissionais da Rede Municipal de Ensino já estão mobilizados a participarem deste projeto. “É  uma ação importante, uma vez que  estabelece  parcerias entre o Ministério Público do Trabalho e as Secretarias Municipais de Educação, com vistas à inclusão dos temas relativos aos direitos e deveres da criança e do adolescente na proposta pedagógica e no currículo das escolas de ensino fundamental. Somos apoiadores e vamos fortalecer em nossas escolas esse projeto”, finalizou a secretária Zilda.

 

Com Informações do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT)