Pequenos produtores rurais de Várzea Grande puderam conferir nesta manhã (19), in loco, o resultado de novas tecnologias aplicadas à produção do maxixe, que além de proporcionar facilidade nos tratos culturais, fitossanitários, reduz custos de mão de obra e amplia a produtividade. A difusão da nova tecnologia foi apresentada em Dia de Campo promovido pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) na chácara Santa Rosa, na comunidade rural de Limpo Grande, aos produtores do Município, técnicos, estudantes de áreas afins e pesquisadores.

Entre os participantes, estavam técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável (SMMADS/VG), que vão ajudar a difundir o conhecimento entre todas as comunidades rurais do Município.

Como explica a secretária municipal, Helen Farias Ferreira, a parceria com a Empaer é essencial aos municípios. “A Empaer traz a tecnologia, o conhecimento e o Município ajuda a difundir. Ao final ganha a comunidade”.

Helen destaca que a parceria de Várzea Grande com a Empaer é uma realidade. “Aqui para esse Dia de Campo, o Município deu suporte de infraestrutura com limpeza de áreas, manutenção dos acessos, pontes e estrada, e tem o compromisso de difundir o conhecimento, além de oportunizar a qualificação aos agricultores familiares. O objetivo é fortalecer a agricultura familiar e transformar a realidade de cada comunidade que depende da atividade rural como meio de vida e fomento”.  

O DIA DE CAMPO - O maxixe é uma cultura que faz parte da gastronomia regional, especialmente da população que integra o Vale do Rio Cuiabá. A nova técnica que facilita a colheita e otimiza o manejo da produção, permite a oferta da hortaliça o ano todo, inclusive na época das chuvas.

O engenheiro agrônomo da Empaer, Manoel Roque da Costa em parceria com o produtor Domingos Lemes da Costa, proprietário da chácara Santa Rosa, descobriu que a principal dificuldade na cultura do maxixe está na colheita. Conforme Roque é uma operação muito morosa por ser realizada em posição agachada, ficando o colhedor por muito tempo na mesma posição, causando incômodo e desconforto e também prejuízos causados por pisoteio, danificando as ramas das plantas.

Para verificar o cultivo do maxixe e melhorar a forma de colher foram implantadas Unidades Didáticas de Sustentação Econômica (UDSE), na chácara Santa Rosa. Roque explica que foi utilizada uma tecnologia que vai facilitar o cultivo, uma rede agrícola fixada em esticadores e escoras de madeira deixa a planta suspensa, facilitando assim a colheita e amplia a população de plantas na mesma área, aumentando a produtividade.

Para comparar os serviços de colheita, plantaram o maxixe rasteiro ao lado do maxixe com rede agrícola, com as mesmas dimensões da área. Os participantes viram no Dia de Campo de hoje a tecnologia aplicada de perto. “Mostramos a diferença e a facilidade em produzir maxixe em uma área de cultivo diferenciada ante a tradicional”, comenta o agrônomo.

Como explica o diretor presidente da Empaer, Layr Mota da Silva, o que vimos nesse Dia de Campo, foi a grande diferença da produtividade. “O rendimento foi de 21 caixas de maxixe produzido no sistema diferenciado contra quatro no sistema tradicional, sendo a área a mesma. Está provado que podemos aumentar a renda da família, ter qualidade na produção, quantidade e garantia de oferta da hortaliça praticamente o ano todo, algo que não era possível no plantio convencional, rasteiro, muito prejudicado no período de chuvas”.

No período vespertino será realizado, também na Chácara Santa Rosa, o lançamento do Programa de alimentos biofortificados (Biofort), às 14 horas.

A pesquisadora da Empaer e PhD em ecologia, Marilene de Moura Alves, explica que o Programa Biofort tem o objetivo de atender à demanda da merenda escolar, diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar da população carente através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A. De acordo com a pesquisadora, a essência do projeto Biofort é enriquecer alimentos que já fazem parte da dieta da população, para que esta possa ter acesso a produtos mais nutritivos e que não exijam mudanças de hábitos de consumo.

Conforme Marilene, todo material genético utilizado nas Unidades de Observação e Unidades Demonstrativas da Empaer é oriundo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa/Agroindústria do Rio de Janeiro. Estão em teste alimentos como a batata doce para conferir maiores teores de carotenóides, milho com maiores teores de licina, triptofano e betacaroteno, e feijão com teores mais elevados de ferro e zinco.  (Com assessoria da Empaer/MT)