Com o objetivo de ouvir os produtores rurais, verificar as demandas e encontrar soluções para desenvolver as cadeias produtivas, é que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural, abriu na manhã de hoje (13), o 1° Seminário da Agricultura Familiar de Várzea Grande. O evento que está sendo realizado no auditório da Federação dos Trabalhadores Rurais (Fetagri), localizada na estrada do Capão, estará debatendo durante todo o dia as prioridades do setor, além de questões relacionadas à logística, produção e comercialização, infraestrutura e o mais importante, como adquirir crédito rural.

A Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários e EMPAER/MT são parceiras do evento com estratégias de atuação para o fortalecimento da agricultura no Estado.

“O nosso desejo com esse seminário é justamente oportunizar formação aos agricultores e suas famílias para que eles obtenham conhecimento sobre a sustentabilidade da produção dos produtos da agricultura familiar para que tenham condições de produzir melhor e com mais qualidade e de forma sustentável. O município de Várzea Grande tem terras produtivas e com um número significativo de famílias rurais, que plantam frutas, verduras e legumes e que podem fazer parte do grupo de agricultores familiares e vender seus produtos ou em forma de cooperativas ou feiras. Outro ponto importante que está no contexto das discussões é quanto a regularização fundiária. O município de Várzea Grande em parceria com o judiciário já iniciou este processo de regularização de terras, informou a secretária de Meio Ambiente, Helen Farias.

A gestora explicou que durante o seminário será debatido também as políticas públicas municipais onde serão definidas agendas de prioridades e ações integradas entre todas as instituições envolvidas com o pequeno agricultor. “Este também é um momento de alinharmos os nossos pensamentos na busca de soluções e resoluções para este importante setor da agricultura familiar”.

Para o diretor da Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Rogério Monteiro, mais importante que o grande produtor é o pequeno produtor rural que além de trabalhar arduamente na produção da agricultura familiar não tem condições de obter recursos para ampliar a sua produção. “Essas famílias necessitam de todo o tipo de apoio e nós queremos auxilia-los em ações e serviços que possam de fato beneficia-los. É importante também que eles conheçam o processo de transição e modelo de agricultura vigente em Mato Grosso, para que não invistam em produção fora do contexto da agricultura familiar”, comentou.

O presidente da Cooperativa da Agricultura Familiar da Baixada Cuiabana (Ceasa), Baltazar Ulritt, disse que o município de Várzea Grande tem na agricultura familiar um grande aliado, porém uma das questões emblemáticas do setor é relacionada com a figura do atravessador, que diminui o lucro de quem teve todo o trabalho desde a compra da semente, passando pelo plantio até chegar a colheita. “Queremos que os agricultores possam comercializar a sua produção em local apropriado e com capacidade para atrair o mercadista. Desta forma o pequeno produtor poderá vender o seu produto a um preço justo, bem como os donos de comércios poderão adquirir também os produtos de forma direta. A cooperativa é uma das soluções para melhor comercializar os produtos de forma coletiva”.

Para a agricultora da comunidade de Capão das Antas, Jaciara Alves dos Santos, participar do seminário é uma oportunidade de adquirir conhecimento, e buscar apoio dos órgãos e instituições a fim de que possam buscar novas tecnologias, e investimentos em máquinas e equipamentos para melhorar e ampliar a produção. “No meu caso que trabalho com piscicultura é essencial buscar todas as informações necessárias para que possamos aplicar favorecendo o aumento da produção com qualidade e de acordo com que o mercado necessita. Temos que nos enquadrar aos padrões de mercado e estarmos de acordo com as normas e técnicas de produção”.

Já o senhor Francisco Martins, morador do Assentamento Sadia I, disse que veio ao seminário para buscar, especificadamente, as informações de linhas de financiamento que possa acessar para a produção principalmente de leite. “Quero investir mais na minha linha de produção. Hoje produzo leite, ovos e leguminosas. Estou na busca de financiamento para aumentar e melhorar as produções. Mas isso depende muito do limite de taxas e juros a serem  cobrados pelos bancos, porque o que menos o produtor rural quer é ter problemas na horas de saldar o financiamento”, pontuou.