A prefeita Lucimar Sacre de Campos esteve na manhã desta sexta-feira (02) no Hospital e Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande, para acompanhar o reinício das atividades na Rede Cegonha e no Centro de Parto Nornal (CPN). Em decorrência da pandemia da Covid-19 a direção da unidade resolveu suspender o atendimento no local, nos últimos cinco meses. Neste período as grávidas passaram a ser atendidas na Rede SUS no Hospital Júlio Muller, em Cuiabá.

Essa determinação, explicou Lucimar Campos, foi para garantir a segurança das gestantes e dos filhos uma vez que o Hospital e Pronto Socorro Municipal passou a receber pacientes, com suspeitas e casos confirmados de coranavirus. “A nossa preocupação foi em manter todos os cuidados a mulher, que tem por direito o planejamento reprodutivo, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao pós-parto, bem como as crianças o direito ao nascimento seguro e acompanhamento médico”.  

A prefeita disse ainda que o trabalho da Rede Cegonha inicia com o pré-natal  nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde também são oferecidos serviços humanizados à mãe visando o parto normal e a redução da mortalidade materna e infantil. “Em Várzea Grande, esse público específico possui atenção integral desde o diagnóstico da gravidez, até o nascimento do bebê. Temos orgulho em saber que o nosso trabalho tem tido boa aprovação, tanto pela classe médica como pela população que se beneficia desses serviços”.

A Rede Cegonha passou a receber as grávidas em trabalho de parto, e na madrugada desta sexta-feira, onde duas várzea-grandenses vieram ao mundo - Aurora Vitória e Lívia – chegaram  saudáveis para a felicidade das mamães, que transbordavam amor com as filhas no colo.

Já a moradora do Jardim Eldorado, Daniele Pereira Gonçalves, estava ansiosa para receber o filho Daniel, previsto para nascer nesta manhã. Ela conta que ficou surpresa com o atendimento recebido no hospital e que não tinha ideia do trabalho prestado na unidade. “O atendimento aqui é excelente, os profissionais são atenciosos e nos deixam mais tranquila, ainda mais neste período de desconforto por causa da barriga e de ansiedade com a chegada de mais um filho”.  

O coordenador da Rede Cegonha, Doutor Aécio Augusto Moreira lembra que a Rede Cegonha não consiste apenas no momento do parto, mas em todo o acompanhamento do período gestacional, exames, tratamento odontológico, parto e pós-parto. “O acompanhamento pré-natal completo vai desde exames laboratoriais e de ultrassonografia obstétrica, consultas regulares, participação em programas sociais como o Laços Maternos, tratamentos estratégicos como a fisioterapia para gestante e encaminhamento ao nascimento no Centro de Parto Normal, porém havendo necessidade é realizada também a cesárea da paciente”, informou.

A Rede Cegonha foi implantada em Várzea Grande no ano de 2017 com registros de 213 partos, em 2018 esse número aumentou para 718 nascimentos e em 2019 chegou a 1.117 partos. Em todos os anos, 60% dos partos foram normais e 40% cesarianas.

Segundo o diretor geral do Hospital e Pronto Socorro Municipal, Ney  Provenzano  depois da implantação de um atendimento humanizado à mulher gestante foi possível aumentar o número de partos com toda infraestrutura necessária às mães bem como o direito de nascimento seguro, às crianças. “E vamos trabalhar para melhorar ainda mais esse atendimento, estamos promovendo adequações no espaço reservado a Rede Cegonha que vai contar com uma nova recepção, totalmente climatizada, para receber as futuras mamães e seus acompanhantes com mais comodidade”.  

Ele informou ainda que no período em que a Rede Cegonha ficou com o serviço suspenso - médicos e enfermeiros que atuam no local – desempenharam as suas funções no Hospital Júlio Mulher no atendimento às gestantes e parturientes do município de Várzea Grande.

ESTRUTURA – Além de dez leitos de alojamento em conjunto, a Rede Cegonha dispõe também de três leitos pré-parto, parto e puerpério – único no Estado – sendo cada um individual com banheiro exclusivo, com espaço e equipamentos necessários por exemplo: bancada e berço aquecido, camas automáticas, fototerapia, balanças, banquetas, bolas, balanço pélvico para parto tipo cavalinho, balde coletor e carro de emergência.

O Centro de Parto Normal (CPN) do Pronto Socorro também é o único no Estado que disponibiliza 24 horas o médico pediatra além de equipe especializada também sendo um total de sete enfermeiros obstétricos, 16 técnicos de enfermagem, 17 médicos ginecologistas e seis neonatologistas.

De acordo com  Ney Provenzano , a assistência obstétrica ofertada à gestante antes do parto é baseada em práticas de relaxamento que promovem a fisiologia e a normalidade do processo de nascimento, em um ambiente diferenciado. “Assim que a gestante dá entrada no Centro de Parto Normal do Pronto Socorro classificamos se o parto pode ser de baixo, normal ou alto risco de acordo com a saúde da mãe e do histórico na caderneta da gestante advinda da Rede Cegonha. A partir de então iniciamos os métodos não farmacológicos de alívio da dor, tais como: musicoterapia, diminuição da luminosidade e ruídos sonoros no quarto, oferecemos privacidade com quarto privativo, também é permitida a presença do acompanhante de livre escolha da parturiente em todo o período de internação, também orientamos caminhada durante o trabalho de parto, exercícios pélvicos com a bola, massagem corporal, exercícios respiratórios, banho morno de aspersão, entre outros que ajudam-no trabalho de parto”, detalha o Diretor Geral.

Ney  lembra também que é assegurado a humanização na primeira hora de vida do bebê com o contato pele a pele com a mãe e incentivo supervisionado do aleitamento materno e carimbo de placenta. “Os programas de exercícios têm como benefício diminuir os sintomas de desconforto e dor do parto, controle da ansiedade, diminuição do tempo de trabalho de parto e do índice de indicação de cesárea”, completou .

Outro destaque apontado pelo Diretor Geral  é o serviço de fisioterapia obstétrica.  “Gestantes que realizam o pré-natal na rede pública de saúde em Várzea Grande possuem a oportunidade de realizar exercícios terapêuticos para cada fase, com o objetivo de corrigir vícios posturais, fortalecer e conscientizar sobre os músculos do assoalho pélvico, diminuir as dores, inchaço corporal além de prevenir o excesso de ganho de peso diminuindo os riscos de diabetes gestacional. Para cada fase da gestação são realizados exercícios específicos. Gestantes que realizam atividade física na gravidez possuem melhor qualidade de vida, mais disposição para tarefas diárias, e possuirão um parto e pós parto mais tranquilo”, afirma Ney Provenzano.

Semanalmente são realizados por grupos de gestantes, exercícios de alongamento e fortalecimento, trocar experiências, esclarecimento de dúvidas e preparação para o parto. Durante as sessões na fisioterapia também são promovidas rodas de conversas com temas variados como gravidez, parto, amamentação e cuidados maternos no puerpério. “Em Várzea Grande respeitamos o direito das mulheres a ambientes e cuidados que favoreçam a realização das boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento. A implantação da Rede Cegonha e do Centro de Parto Normal (CPN) no Pronto-Socorro e Hospital de Várzea Grande segue as diretrizes da Política Nacional de Humanização preconizada pelo Ministério da Saúde embasada na Portaria nº 11/2015, para o atendimento à mulher e ao recém-nascido”, justifica o Diretor Geral.